Mais do que garantir os direitos sobre o uso, é uma ação estratégica que não pode ser deixada para depois — já que terceiros mal intencionados podem fazer o uso dela. Um belo exemplo disso é a história de uma das marcas mais famosas e valiosas do mundo: nada menos que o McDonald’s! Para quem não conhece a conturbada história dos fundadores do famoso restaurante e da sua marca, vale a pena conferir!
McDonald’s: Muito além do Big Mac
Fundada pelos irmãos Richard e Maurice McDonald, em 1937, a primeira barraca que deu origem a maior cadeia de restaurantes do mundo, tinha como principal missão oferecer hambúrgueres de forma ágil e barata.
Vendendo hambúrgueres a 10 centavos de dólar, de minuto a minuto, tudo era feito de forma automatizada, sem a necessidade de garçons. Os pedidos eram feitos diretamente ao cozinheiro e depois de minutos, um hambúrguer quentinho e embrulhado em um papel estava à disposição do cliente.
A receita que unia baixo custo, rapidez e deliciosos hambúrgueres, não demorou muito para dar certo. Três anos depois, a pequena barraca de fast food havia se transformado em uma verdadeira lanchonete, cujo emblemático M poderia ser visto de qualquer ponto.
Hoje o McDonald’s conta com mais de 40.000 unidades no mundo todo e teria tudo para ser não apenas uma cadeia de fast food de sucesso, como também, uma história de empreendedorismo de sucesso… Se não fosse a falta de ambição e também de estratégia de seus fundadores.
Fome de poder
Por volta dos anos 50, um vendedor de máquinas de milk-shake não tão bem-sucedido, recebeu um pedido de seis liquidificadores. Ao conhecer lanchonete dos irmãos McDonald’s, Roy Kroc viu o potencial infinito de um restaurante cujo custo era mínimo e o número de clientes cada vez maior.
Kroc, então, se candidatou para trabalhar como representante comercial da marca e, em 1955, começou a comercializar licenças. A venda das licenças deu certo e, em 1961, Kroc tinha fome de crescer, enquanto os irmãos McDonald’s não tinham a mesma ambição. Começou então uma discussão sobre a venda da empresa, que foi feita por 2,7 milhões de dólares, mais 0,5% na participação dos lucros.
Kroc, no entanto, nunca pagou a participação dos lucros, já que o acordo sequer foi formalizado por um meio de um contrato. Para evitar recolher impostos, fizeram um “acordo de boca”.
O dono da marca McDonald’s
Kroc também registrou a marca “McDonald’s” impedindo que verdadeiros idealizadores, os irmãos McDonald’s, pudessem utilizá-la, a fim de retomar a ideia e a concepção original do negócio.
A simples falta do registro de marcas, neste caso, é simbólica para demonstrar que uma ideia de negócio e a criação de uma marca não bastam para proteger seus fundadores.
A história do McDonald’s e as intrigas de Kroc e os irmãos McDonald’s, recentemente virou objeto do filme The Founder (Fome de Poder), dirigido por John Lee Hancock, que chegou recentemente aos cinemas.
A histórica é tão maluca, que os criadores da marca tiveram até mesmo que mudar o nome da sua primeira lanchonete.
A importância do Registro de Marcas
Uma marca representa um ativo poderoso para qualquer empresa, independentemente de seu tamanho. Por meio dela que produtos e serviços deixam de ser mais um no mercado — para se tornarem reconhecidos pelos consumidores.
Ter apenas uma marca, porém, não basta. É necessário promover o registro de marcas, uma formalidade que parece irrelevante, porém que garante o direito de exclusividade sobre o seu uso. Em outras palavras, mais do que idealizar o conceito de uma marca e batalhar no mercado para que se torne reconhecida, o empreendedor deve formalizar o registro, comprovando assim a sua titularidade.
Para quem ainda não se convenceu da importância do registro de marcas, vale a pena assistir e também buscar uma assessoria especializada para que histórias tristes como a do McDonald’s não sejam parte da sua trajetória.